Esta semana assistimos a duas críticas a livros portugueses por parte de Rogério Ribeiro. Se o comentário a Enciclopédia da Estória Universal de Afonso Cruz vem confirmar que se trata de uma excelente obra, a crítica ao livro de Octávio dos Santos, Espíritos das Luzes, põe por escrito aquilo que apenas tinha sido comentado por alguns leitores: que ainda que a ideia seja interessante, parece ter algumas falhas na concretização. O autor parece não ter gostado da crítica e tentou contestar, diga-se, nem sempre da melhor forma.
– Cordeiro: O Evangelho segundo Biff, o amigo de infância de Jesus Cristo – Christopher Moore (As Leituras do Corvo)
– O Feitiço das Trevas – A. P. Cabral (Bela Lugosi is Dead)
– Espíritos das Luzes – Octávio dos Santos (I Dream in Infrared)
– Sangue Fresco – Charlainne Harris (Este meu Cantinho)
– O Abraço da Noite – Sherrilyn Kenyon (Bela Lugosi is Dead)
– Eternidade – Alyson Noël (Estante de Livros)
– Ascensão de Arcana – Nocturnus – Rafael Loureiro (Sombra dos Livros)
– The Tombs of Atuan – Ursula K. Le Guin (Der Wanderer’s Blog)
– No Limiar das Trevas – Midnighters – Scott Westerfeld (As Leituras do Corvo e Bela Lugosi is Dead)
– Enciclopédia da Estória Universal – Afonso Cruz (I Dream in Infrared)
– Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll (Estante de Livros)
– Sangue Furtivo – Charlaine Harris (As Leituras do Corvo)
– O Bobo – Christopher Moore (Bela Lugosi is Dead)
– Bang 7 – Vários autores (Falling into infinity)
– Golfinho de Júpiter – Mary Roseblum (Correio do Fantástico)
– Fables Vol. 1 – Bill Willingham (Floresta de Livros)
– Dead Witch Walking – Kim Harrison (Floresta de Livros)
Cristina deixei também uma resenha no correio do fantástico ao Golfinho de Júpiter…
Roberto
Obrigada! Acrescentei o link ! Por mais que tente há sempre um ou outro que me escapam 🙂
Claro, são muitos blogues e o correio não tem tido muitas resenhas, estou a apostar mais nesse caminho agora:)
Já agora, Cristina, caso interesse,, também deixei um comentário ao livro “Dead Witch Walking” e ao “Fables”, no Floresta de Livros: http://florestadelivros.blogspot.com/
Mais uma vez, excelente compilação das opiniões semanais 8algumas que desconhecia)
Claro que interessa 🙂 acrescentado !
Agradecia, Cristina, que explicasse o que quer dizer com eu ter decidido «contestar, (…) nem sempre da melhor forma» a recensão do Rogério Ribeiro ao meu livro. Vejamos: nela, no princípio e no fim, ele diz que «Espíritos das Luzes» constitui um «falhanço» – o mesmo é dizer que, pelo menos neste caso, eu «falhei», logo sou, fui, um «falhado». Acha então que eu deveria ter ficado muito contente e até agradecer?
Quanto ao que foi «comentado por alguns leitores», está a referir-se a quais? Aos anónimos? Por não darem a cara, ou, melhor, o nome, as suas opiniões valem o que valem, ou seja, nada.
Boas tardes
Ficar contente é uma coisa, agradecer é outra. Vejamos, o Rogério deu-se ao trabalho de fazer uma crítica exaustiva. Se a crítica não foi tão positiva quanto desejava … bem, acontece em qualquer actividade profissional. Seja positiva ou negativa, uma crítica estruturada e construtiva deveria ser considerado pelo autor como uma oportunidade de evoluir. Ou então não se dá valor a quem criticou e aí não há resposta a dar.
Ainda no seguimento da crítica estruturada e sincera, não queria que o Rogério omitisse os pontos que considerou menos positivos só para o alegrar?
Quando referi que “nem sempre da melhor maneira” estava a referir-me a ter achado que tentou impor a sua visão do seu próprio livro, ao invés de contestar. Se no início a conversa se iniciou amena, frases como “Qual foi a parte que não entendeste?” agridem o suficiente para impossibilitar a progressão de um diálogo neutro.
Quanto a “alguns leitores”, são isso mesmo. Pessoas que eu conheço, amigos, que não escrevem em blogues nem se manifestaram na internet, mas que leram o livro, e como tal têm direito a opinião. Não são anónimos comentadores em blogues.
Se é da minha anónima opinião que fala, caro Octávio, deixe-me garantir-lhe que esta vale precisamente o preço de capa do livro multiplicado pelo número de pessoas a quem já pessoalmente o desaconselhei.
Então, Cristina, uma frase como «Qual foi a parte que não entendeste?»… «agride»?!
Está a brincar, não está?
Compare-a com chamar(-me) «falhado» por duas vezes. O que é, afinal, mais «agressivo»?
Decididamente, eu devo falar uma linguagem diferente da vossa. «Impôr a sua visão do seu próprio livro, ao invés de contestar»?! Mas o que é contestar se não, precisamente, impôr, defender, explicar, pela (minha) argumentação, pela (minha) lógica? Que eu saiba, não apontei uma arma a alguém… Além de que é o MEU livro, é a MINHA visão. Que, claramente, o Rogério não entendeu, pelo menos em alguns aspectos; confundiu características (propositadas) com defeitos.
Eu acreditava já ter sido explícito, mas, pelos vistos, o melhor é (re)afirmá-lo: agradeço ao Rogério ter lido o meu livro; agradeço-lhe ter escrito sobre ele; não lhe agradeço a «avaliação final». Ele fez muito bem em nada omitir, tanto os (para ele) pontos positivos como os negativos. Mais do que um direito, é um dever. E é meu direito e meu dever, naturalmente, contestar os pontos negativos.
É uma prerrogativa dos outros – incluindo o Rogério, incluindo você, Cristina – procederem ao que consideram ser uma crítica «exaustiva», «estruturada e construtiva». Que tem sempre um valor. Obviamente, reconheço-vos isso. Mas já não vos reconheço – a vocês e a quem quer que seja – autoridade ou superioridade para me darem (ou me dizerem qual é) uma «oportunidade de evoluir».
Porém, reconheço-vos, e saúdo-vos, a dignidade fundamental, a coragem básica, de dizerem e escreverem o que pensam sem máscaras, sem se esconderem, com o vosso próprio nome. Ao contrário de alguns anónimos medrosos (e pode-se trocar o «d» com o «r») e invejosos que se deleitam em (tentar) sabotar o trabalho alheio.
Longe da mim competir com o Octávio, que se tem sabotado tão bem nestas caixas de comentários. Digo-lhe até que este tem sido um dos mais espetaculares atos de autodescredibilização que tenho visto nos últimos tempos.
Octávio,
Mais uma vez, deixa-me com a sensação (amarga) que confunde a árvore pela floresta!
Ao contrário do que advoga, em nenhum instante da minha resenha o apelidei de «falhado». O livro falhar como obra de literatura fantástica, mais uma vez sublinho “na óptica deste leitor”, não se traduz em qualquer comentário do foro pessoal. Pelo dito, agradecia que se coibisse de tamanha vitimização, que não corresponde em grau algum à realidade, e que só contribui para o descrédito do debate. Aliás, apelo ao seu entendimento da língua portuguesa para rever a verdadeira significância do uso de «» como citação, e rever o uso que comummente faz das mesmas. Não é agradável ver partes de frases minhas serem desvirtuadas dessa forma a bem de outras argumentações.
Quanto à «oportunidade de evoluir», creio que remete simplesmente para o valor que o feedback dos leitores comuns, ao contrário do dos amigos e familiares, potencialmente mais parciais na análise, pode ter para a forma como o autor avalia o sucesso da sua tentativa de comunicação com os leitores (e não é esse o objectivo principal da publicação, ao invés da escrita “para a gaveta”?!).
No caso presente, este leitor pede desculpa de não ter entendido a SUA visão; embora se reserve o direito, olhando para o livro, para a resenha, e para a reacção do autor à resenha, de achar que entendeu bem a SUA visão, só achou que a forma de a passar ao papel não terá sido a melhor.
Fica a (vã?) esperança de que algo do que escrevi possa ter alguma serventia a quem de direito…
Cumprimentos,
Rogério
Oh Octavio, tu ficaste?
A malta quer mais molho…
Pelos vistos o meu comentário matutino foi-se.
Não, não estou a brincar. Para mim, o tom com que foi debatido foi agressivo, até arrogante. Suponho que seja uma questão de “perspectiva”.
Pode ser a sua visão, mas um leitor tem acesso ao que está escrito no livro, não àquilo que estava na sua mente quando o escreveu. Interpretações são livres e dependem das experiências anteriores do leitor.
Relativamente a conceder ou não autoridade (superioridade espero que não, porque não acredito em superioridade entre pessoas) a questão resolve-se de uma forma simples. Se não concede autoridade nem dá importância à crítica feita, ignora.
Acho que, sinceramente não há mais a debater sobre este assunto.
Eu seria um potencial leitor do livro de Octávio dos Santos. O género e tema agradam-me à partida. Mas o que aqui foi dito pelo autor faz com que tenha perdido a venda de mais um livro.
As opiniões e interpretações dos “bloguistas” são pessoais. Por vezes até gosto de um livro pelas mesmas razões que outra pessoa não gostou! Mas um autor que quer impor a sua visão aos leitores significa que: 1) não soube transmitir a sua visão no que escreveu e 2) demitiu-se do papel natural de autor, que permite, acolhe, deseja conhecer e discutir outras interpretações da sua obra, para o papel de ditador.
Por essas razões perdi o interesse na “obra” desse “autor”.
Ao contrário dos cobardes anónimos, Octávio dos Santos dá o exemplo e sabota-se ostentando orgulhosamente o próprio nome.
É d’homem.
Pois é, isto está, ou esteve, muito «animado» por aqui… Levei algum tempo para (re)aparecer? É que tenho tido mais que fazer…
… E a avaliar pelo «fino recorte literário» de algumas das «postas», mais me convenço de que algumas pessoas não só não compreendem o que eu escrevo, como até não querem compreender ou fazem mesmo questão de não ler o que escrevo!
Deve ser por isso também que até agora ninguém parece ter aceite o desafio, o convite que o Rogério fez no IDIIR (pelo qual também lhe agradeço) há quase uma semana: ler os dois primeiros capítulos do «Espíritos das Luzes» que a Gailivro disponibilizou «em linha»… e então, aí sim, opinar com (algum) conhecimento de causa (porque convém lê-lo todo).
Mas não: para alguns é muito mais divertido «botar discurso» sem saber do que se está a falar. Nem reparam como é imaturo, e ridículo, virem com conversas do estilo «ai, não gosto dos comentários do autor, ele é bruto, pois agora não vou ler a obra. Toma, bem feito!» Se uma carreira de um autor só se construísse – ou destruísse – com base no seu suposto «bom feitio» ou «mau feitio» haveria de ser lindo…
Feitio? O que a gente gosta mesmo é que venhas para aqui fazer figuras de urso.