Um best-seller juvenil com uma história apocalíptica de zombies, The Forest of Hands and Teeth foi recentemente publicado pela Gailivro com o título A Floresta de Mãos e Dentes.

No Mundo descrito por Carrie Ryan os habitantes de uma pequena vila sobrevivem, isolados, por detrás de cercas, destacando-se dois grupos: A Irmandade e os Guardiães. A Irmandade é composta pelas irmãs, freiras que guardam todo o conhecimento e o apresentam aos restantes envolto em temor religioso: a praga de zombies (ou excomungados, como lhes chamam) dever-se-á ao pecado da espécie humana em tentar controlar a vida. Por sua vez, os Guardiães são os guerreiros responsáveis por manter os excomungados afastados da aldeia e reparar as cercas.

Ainda que Mary apenas conheça esta existência, de medo constante pelos Excomungados, as histórias contadas pela mãe sobre a existência de um mundo diferente lá foram, com mar, fazem Mary sonhar em abandonar a aldeia. Estes sonhos são momentaneamente esquecidos quando a mãe é mordida por um Excomungado. Mary, ainda não reclamada por nenhum rapaz, vê-se obrigada a procurar refúgio na Irmandade.

Entre as irmãs, a vida de Mary transforma-se: após algumas semanas sob voto de silêncio, todas as perguntas são desencorajadas sobretudo as que se referirem à possível existência de outros seres humanos fora da vila. O dia-a-dia é alterado por dois acontecimentos, primeiro Travis parte uma perna e Mary será uma das que lhe dão assistência; depois, uma estranha entra na aldeia, mas a sua visita é mantida em segredo pela Irmandade.

Com toques de romance juvenil, A Floresta de Mãos e Dentes apresenta-nos uma humanidade destruída pela praga de zombies, em regressão tecnológica e retorno à idade das trevas, onde o medo alimenta o poder daqueles que detêm o conhecimento. Centrando-se numa só personagem e debatendo algumas questões emocionais de Mary, não se enquadra totalmente dentro dos meus gostos: sem ser excelente, é de leitura rápida e envolvente, apresentando-nos uma ideia diferente para um mundo em extinção, sob zombies. Para além da capacidade de nos envolver, é de realçar a forma como as populações sobrevivem à praga dos mortos vivos, uma ideia interessante, que poderia ser mais explorada.

Ainda que possa ser lido independentemente, este será o primeiro volume de uma trilogia, o segundo já publicado em inglês, The Dead-Tossed Waves, e o terceiro, The Dark and Hollow Places, programado para 2011.