Selma Lagerlof, sueca, foi a primeira mulher destacada com um Nobel da literatura. Para além de professora primária e feminista, Selma Lagerlof ajudou na fuga de diversos intelectuais alemães.

Das suas obras, a mais conhecida será provavelmente A Viagem Maravilhosa de Nils Holgerssn através da Suécia, livro que li há já alguns anos. No entanto, na memória o que ficou foi uma série animada baseada nesta obra.

Em O Tesouro, a história inicia-se com Torarin, um simples vendedor de peixe que atravessa o continente de carroça, acompanhado pelo cão, ao qual pede frequentemente conselho. No entanto, ignora os uivos deste quando se decide a parar na casa do Senhor Arne, um dos homens mais ricos da região. Durante o jantar, a esposa é acometida pelo barulho de amolar facas, mas todos ignoram aquilo que julgam ser a alucinação de uma velhota. Torarin segue viagem após a refeição e só no dia seguinte toma conhecimento do assalto à casa do seu benfeitor que resultou na chacina de quase toda a família – a filha adoptiva ter-se-à escondido e assim, salvo, jurando vingar-se dos assaltantes. Torarin, com pena, leva-a para casa.

A história, bem construída e com laivos de fábula, toma por heroína a jovem inocente e torna-se numa tragédia de moral popular – uma espécie de lenda nórdica que mistura fantasia, superstição e religião.

Ainda que não se tenha tornado um dos meus livros favoritos, gostei.

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