Curiosa com a colecção de ficção especulativa (ficção científica, fantástico e horror) publicada pela Haikasoru, chancela da VIZ media, li recentemente The Lord of The Sands of Time, e peguei na semana passada em All You Need is Kill de Hiroshi Sakurazaka.

Keiji Kiriya é um dos novos recrutas japoneses e prepara-se para a sua primeira batalha contra uma força alienígena que se tenta estabelecer no planeta Terra, moldando o habitat às suas necessidades.  A zona que pretendem defender é de elevada importância estratégica, dado albergar as principais fábricas de armamento terrestre.

Estruturalmente semelhantes a uma estrela-do-mar, estes alienígenas, designados por Mímicos possuem uma couraça quase intransponível e força bastante superior à dos seres humanos. Para os combater os soldados equipam-se com um fato mecânico, que lhes confere força equivalente, e armas de alcance poderoso, com apenas 20 balas, sem possibilidade de serem recarregadas.

É neste inferno que se vê Keiji Kiriya, sem munições e baleado, mas acompanhado por um soldado americano, Rita, conhecida por Full Metal Bitch. Esta informa-o que o ferimento é mortal, mas depois de desfalecer Keiji acorda incólume na sua cama. Este será o dia em que irá enfrentar a primeira batalha, e os acontecimentos decorrem em quase tudo de forma semelhante à do sonho. Ainda que de forma diferente, acaba por morrer, mas acorda novamente na sua cama.

Keiji revive o mesmo dia inúmeras vezes, descobrindo que as decisões que toma podem modificar os acontecimentos. Descobre, também, que, ainda que não possa transportar nada consigo entre cada dia, a experiência e as capacidades mentais adquiridas no dia anterior, mantêm-se no dia seguinte. Aproveita assim para procurar os veteranos, de modo a se adaptar ao fato mecânico e apreende novas estratégias de combate.

Inicialmente acompanhamos a personagem enquanto esta tenta modificar os acontecimentos no dia anterior. Quando o ciclo ameaça tornar-se irritante para o leitor, o fenómeno é explicado dando a Keiji um novo objectivo para além de tentar sobreviver à batalha.

Bastante mais interessante do que parecia nas primeiras páginas, All you need is kill não se limita a apresentar uma única ideia, explorando-a e desenvolvendo-a de forma original. A história não se alonga em demasia, mas a escrita também não é densa, o que a torna uma leitura agradável e interessante, ainda que não excepcional.